A suspeita que a grande maioria dos donos de animais de
estimação sempre teve acaba de ganhar um
reforço de respeito. Um grupo de cientistas de renome mundial publicou um
manifesto atestando que os animais possuem um grau elevado de consicência.
E a afirmação vai muito além de cachorros e gatos fofinhos.
Com um nome digno daqueles tratados que entram para os
livros de História, a Declaração de Cambrigde sobre Consciência talvez seja o
primeiro grande passo que a Humanidade dá em direção à uma relação mais humana
(e menos estúpida) entre homens e bichos. Os animais citados no texto são
pássaros, polvos (único não vertebrado da lista) e todos os mamíferos
existentes. De acordo com os cientistas, “a ausência de um neocórtex não impede
que os animais experimentem estados de afeto”. Do ponto de vista evolutivo, o neocórtex
é a parte mais recente do nosso cérebro – esse detalhe anatômico é o culpado
por cientistas se negarem por tanto tempo a admitir a consciência em animais
não-humanos.
Ser consciente tem várias interpretações e outras tantas
implicações. Se reconhecer diante de um espelho é uma delas. Atingir a
fase REM durante o sono também é um pressuposto de consciência: é nesse período
que nossos sonhos ficam mais vívidos e fáceis de lembrar. Essas duas
prerrogativas já foram observadas em diversos animais.
A declaração é assinada por profissionais como:
cientistas cognitivos, neurofarmacologistas, neurofisiologistas e
neuroanatomistas e neurocientistas computacionais, todos participantes da Francis
Crick Memorial Conference on Consciousness in Human and Non-Human Animals, evento
sobre consciência humana e não-humana realizado na Universidade de Cambridge,
em julho desse ano. Agora que percebemos que não estamos tão acima dos
outros animais da Terra como a arrogância humana sempre nos fez crer, o próximo passo
é entender como é, de fato, a experiência desses animais.
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