sábado, 2 de março de 2013

Notícia do dia 02.03.2013

CRMV: hospedagem acusada de maus-tratos não possui registro
Estabelecimento, pertence à estudante de veterinária Monique Rocha, que foi indiciada por maus-tratos contra animais

RIO — A hospedagem de animais Anjos de Quatro Patas, em Maria da Graça, Zona Norte do Rio, não possui registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ). A informação foi divulgada por meio de nota pelo próprio conselho, que, nesta quarta-feira, realizou uma vistoria no local. O estabelecimento, pertence à estudante de veterinária Monique Rocha, que foi indiciada por maus-tratos contra animais. Monique foi denunciada por seis pessoas ligadas ao Abrigo João Rosa, que fica em Pilares, Zona Norte do Rio, no último domingo, e na terça-feira pela proprietária de um dos animais que ficou hospedado no local.

Segundo o coordenador do setor de Fiscalização do CRMV-RJ, José Luís Peçanha, o Abrigo João Rosa, que fez a denúnica, também não é registrada junto ao Conselho. “As duas instituições estão irregulares. Não possuem certificado junto ao CRMV-RJ. O próximo passo do Conselho é informar o caso à Vigilância Sanitária e à Superintendência da Receita Federal para que as medidas cabíveis sejam tomadas”, explica Peçanha, em nota.
O Abrigo João Rosa, no entanto, diz que, por não ser uma organização não-governamental, não possui alvará e, pelo mesmo motivo, não é cadastrado pelo CRMV-RJ. “Não possuímos veterinários dentro do abrigo, trabalhando no interior dele, justamente por não sermos uma ONG, mas possuímos a ajuda voluntária de alguns”, informa o comunicado. A instituição diz ainda que o terreno onde funciona é uma concessão da prefeitura e que o centro de controle de zoonoses e a vigilância sanitária nunca constataram nenhuma irregularidade no local. Segundo a nota, o abrigo está providenciando a transição para ONG e registro junto ao CRMV-RJ, conforme orientação do próprio conselho.
Já a hospedagem Anjos de Quatro Patas, além de não estar cadastrada no CRMV-RJ, não possui licença ambiental e alvará de funcionamento, segundo a Polícia Civil. O delegado-titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), José Fagundes de Rezende, que investiga as denúncias, disse, nesta quarta-feira, que apura ainda se outros casos como este ocorreram no estabelecimento. Segundo ele, Monique pode responder ainda por estelionato, já que recebia para cuidar dos cães e aparentemente não prestava o serviço.
Os voluntários do Abrigo João Rosa e a equipe da Secretaria Especial de Proteção e Defesa dos Animais (Sepda) retiraram oito animais da hospedagem. Três já haviam sido recolhidos no domingo. Um deles, o boxer Billy Bob, acabou morrendo na segunda-feira. Na manhã de terça-feira, Marília dos Anjos Marins também denunciou a veterinária, afirmando que não teria deixado que ela visse Mel, sua cocker spaniel, durante três meses. O animal estaria subnutrido e com falhas nos pelos. Por cada um dos casos, Monique pode pegar de 1 a 4 anos de reclusão.
Hospedagem Anjos de Quatro Patas. No local, que foi vistoriado pela Secretaria Especial de Proteção e Defesa dos Animais (Sepda) nesta terça-feira, os animais viviam em meio a sujeira e desordem. As imagens foram feitas com o aparelho celular de Débora Cota, uma das voluntárias do abrigo que conseguiram entrar na hospedagem junto com os agentes da secretaria. Segundo Richard Revoredo, de 19 anos, que também entrou na casa, os animais não tinham água nem comida, viviam no meio das próprias fezes e urina e em canis apertados.
O delegado-titular da DPMA disse que pretende ouvir outras pessoas que já utilizaram os serviços da hospedagem, além de voluntários do Abrigo João Rosa. A polícia vei pedir ainda uma perícia no local.


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