Grandes empresas de cosméticos afirmam que baniram os testes em animais
no Brasil e só os fazem quando existe uma exigência legal ou quando não há
oferta de métodos alternativos.
Os testes em animais no Brasil são exigidos em casos específicos. Fraldas
e absorventes, por exemplo, são avaliados em cobaias antes de chegarem ao
mercado, conforme prevê uma portaria do Ministério da Saúde.
Mas, diferentemente de países europeus e dos EUA, onde existem selos de
identificação de produtos não testados em animais (veja ao lado), não há
certificação no mercado brasileiro garantindo que o cosmético não passou por
testes em animais.
BOICOTE
A Unilever, multinacional dona das linhas Dove e Rexona, entre outras,
foi alvo recentemente de uma campanha de internautas. Eles criaram uma página
no Facebook pedindo boicote aos produtos da empresa por causa da falta de
clareza em relação aos testes em animais.
Em nota à Folha, a Unilever afirma não realizar testes em animais no
Brasil.
"A companhia trabalha em colaboração com outras empresas e centros
de pesquisas no sentido de desenvolver métodos alternativos de testes, que
forneçam uma avaliação segura do produto e do ingrediente sem o uso de animais
vivos."
A P&G, outra multinacional do setor (marcas como Gillette, Pantene e
Wella), também afirma, em nota, estar "comprometida em eliminar testes em
animais".
"Sempre que possível, a companhia opta por utilizar métodos
alternativos", afirma a empresa, que divulga um investimento de US$ 250
milhões no "desenvolvimento de mais de 50 métodos alternativos
aprovados".
A Abihpec, entidade que reúne os fabricantes de produtos de higiene,
perfumaria e cosméticos, afirma em nota que "a indústria brasileira demonstra
um compromisso voluntário de não realizar testes em animais".
A indústria brasileira Natura relata que iniciou estudos com métodos
alternativos em 2001 e que baniu definitivamente os testes em animais em 2006.
Para isso, montou um laboratório em Paris, na França, e fez parcerias com
centros nos EUA que desenvolvem alternativas.
"Cada novo
ingrediente passa por uma bateria de testes. Modelos de computação comparam
essas moléculas com outras já conhecidas. Depois, a substância segue para
testes in vitro", diz Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos corporativos
da Natura.
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